Por Karen Goldman, chef brasileira responsável pelos roteiros gastronômicos criados exclusivamente para os leitores do Conexão Paris
A rapidez, a facilidade de preparo e a infinidade de recheios internacionalizaram o crepe. Mas nada disso teria importância se ele não fosse uma delícia!
Dizem que a história do crepe começou a 7 mil anos antes de Cristo, quando um homem cansado de comer mingau, revoltou-se e jogou a massa numa pedra que estava encostada na fogueira. Esta massa se solidificou e virou uma panquequinha! Nascia assim o ancestral do pão. Algo tão simples que todas as civilizações começaram a fazer seja com trigo, milho, cevada ou qualquer outro cereal. E durante milênios ele foi cozido assim, na pedra.
Na França, ele surgiu na Bretanha, no século 13, devido à crescente cultura do trigo sarraceno trazido pelas cruzadas no Oriente. Com o passar dos anos os crepes de sarraceno viraram o maior símbolo da gastronomia local. E ainda são.
Crepe ou Galette
Aqui a regra é clara: crepe salgado é feito com farinha escura (sarraceno) e é chamado de galette. Crepe doce é feito com farinha branca e é chamado de crepe.
A bebida que se toma com o crepe/galette é a cidra: vinho espumante feito com maçã, largamente consumido e produzido na Bretanha, é claro.
Modelo recente de crepière
Os Instrumentos
As galetières ou crepières apareceram no século 15. Elas tinha originalmente 70cm de diâmetro, eram esculpidas em pedra colocadas em um tripé. Um fogo a lenha assegurava seu calor.
Foi só em 1949 que foi criado a crepière a gás, as placas tinham 33cm, 40 ou 48cm.
O palitchelle serve para abrir a massa de maneira uniforme na crepèrie. E uma espátula é necessária para virar e dobrar o crepe com precisão.
Nas casas francesas, nas reuniões/crepes, cada convidado prepara seu crepe. O ritual é o seguinte: o convidado pensa um desejo e joga o crepe para o alto. Se cair aberto e do lado certo, o desejo será atendido.
Em muitas regiões os camponeses tinham o costume de deixar um crepe aberto na cozinha para atrair sorte e afastar o fantasma da fome. Faziam isso pois os crepes, pelo seu formato e cor, lembravam moedas de ouro.
Fonte: http://www.conexaoparis.com.br/2013/12/11/os-franceses-e-seus-deliciosos-crepes/